This person has a SecurePRO™ card. Because this person is not a ProZ.com Plus subscriber, to view his or her SecurePRO™ card you must be a ProZ.com Business member or Plus subscriber.
Services
Translation, Editing/proofreading, Subtitling
Expertise
Specializes in:
Advertising / Public Relations
Cinema, Film, TV, Drama
Food & Drink
Marketing / Market Research
Music
Sports / Fitness / Recreation
Tourism & Travel
Also works in:
Journalism
More
Less
Portfolio
Sample translations submitted: 3
Portuguese to Italian: Graciliano Ramos: una traduzione tra le nubi del passato General field: Art/Literary Detailed field: Poetry & Literature
Source text - Portuguese
Primeira coisa que guardei na memória, foi um vaso de louça
vidrada, cheio de pitombas , escondido atrás de uma porta.
Ignoro onde o vi, a quando o vi, e se uma parte do caso remoto não desaguasse noutro posterior, julgá-lo-ia sonho.
Talvez nem me recorde bem do vaso: é possível que a imagem, brilhante e esguia, permaneça por eu ter comunicado a pessoas que a confirmaram. Assim, não conservo a lembrança de uma alfaia esquisita, mas a reprodução dela, corroborada por indivíduos que lhe fixaram o conteúdo e a forma.
De qualquer modo a aparição deve ter sido real.
Inculcaram-me nesse tempo a noção de pitombas - e as pitombas me serviram para designar todos os objetos esféricos.
Depois me explicaram que a generalização era um erro, e isto me perturbou .
Houve uma segunda aberta entre as nuvens espessas que me cobriam: percebi muitas caras, palavras insensatas.
Que idade teria eu? Pelas contas de minha mãe, andava em dois ou três anos.
A recordação de uma hora ou de alguns minutos longínquos não me faz supor que a minha cabeça fosse boa.
Não. Era, tanto quanto posso imaginar, bastante ordinária.
Creio que se tornou uma péssima cabeça.
Mas daquela hora antiga, daqueles minutos, lembro-me perfeitamente.
Achava-me numa vasta sala, de paredes sujas.
Com certeza não era vasta, come presumi: visitei outras semelhantes, bem mesquinhas.
Contudo pareceu-me enorme.
Defronte alargava-se um pátio, enorme também, e no fim do pátio cresciam árvores enormes , carregadas de pitombas.
Alguém mudou as pitombas em laranjas.
Não gostei da correção: laranjas, provavelmente já vistas, nada significavam.
A sala estava cheia de gente.
Um velho de barbas longas
dominava uma negra mesa,
e diversos meninos, em bancos sem encostos, seguravam folhas de papel e esgoelavam-se:
- Um b com um a - b, a: ba;
- Um b com um e - b, e: be.
Assim por diante até u.
Em escolas primárias da roça ouvi cantarem a soletração de varias maneiras.
Nenhuma como aquela, e a toada única, as letras e as pitombas
convencem-me de que a sala, as árvores, transformadas em laranjeiras, os bancos, a mesa, o professor e os alunos existiram.
Tudo é bem nítido, muito mais nítido que o vaso.
Em pé, junto ao barbado, uma grande moça, que para o futuro adquiriu os traços de minha irmã natural , tinha nas mãos um folheto e
gemia :
- A, B, C, D, E.
De repente me senti longe, num fundo de casa , mas ignoro de que jeito me levaram para lá, quem me
levou.
Dois ou três vultos desceram ao quintal, de terra vermelha molhada, alguém escorregou, abriu no chão um risco profundo.
Mandaram-me descer também.
Resisti : o degrau que me separava do terreiro era alto demais para as minhas pernas.
Transportaram-me - e adormeci,
não cheguei a pisar no barro vermelho.
Acordei numa espécie de cozinha, sob um teto baixo, de palha, entre homens que vestiam camisas
brancas.
Um deles perguntou como se havia de assar o bacalhau e outro respondeu:
- Faz-se um grajau de madeira.
Grajau? Que seria grajau? Tornei a mergulhar no sono,
um sono extenso.
Disseram-me depois que a escola nos servira de pouso numa
viagem.
Tínhamos deixado a cidadezinha onde vivíamos, em Alagoas , e
entrávamos no sertão de Pernambuco, eu, meu pai, minha mãe, duas irmãs.
Mas pai e mãe, entidades próximas e dominadoras , as duas irmãs, uma natural, mais velha que eu, outra legítima, direita, dois anos mais nova, eram manchas paradas.
Positivamente havia pitombas e
um vaso de louça, esguio,
oculto atrás de um móvel a
que a experiência deu o nome
de porta.
Surgiram repentinamente a sala espaçosa, o velho, as crianças, a
moça, bancos, mesa, árvores, sujeitos de camisas brancas.
E sons estranhos também surgiram: letras, sílabas, palavras misteriosas.
Nada mais.
E a hibernação continuou, inércia raramente perturbada por estrecimentos que me aparecem hoje como rasgões num tecido negro.
Passam através desses rasgões figuras indecisas : Amaro Vaqueiro , caboclo triste, encourado num gibão roto; Sinha Leopoldina companheira dele, vistosa na chita cor de sangue; mulheres que fumavam cachimbo.
Mais vivo que todos, avulta um rapagão aprumado e forte, de olhos claros, risonho.
Calçava alpercatas , vestia a camisa branca de algodão que usa o sertanejo pobre do Nordeste, áspera, encardida, ordinariamente desabotoada, as pontas das aberturas laterais presas em dois nós.
Chamava-se José Baía e tornou-se meu
amigo, com barulho, exclamações, onomatopéias e
gargalhadas sonoras .
Sentado, escanchava-me nas pernas e sacudia-me, sapateava, imitando o galope de um cavalo; em pé, segurava-me os braços, punha-se a
rodopiar, cantando:
-Eu nasci de sete meses
Fui criado sem mamar
Bebi leite de cem vacas
Na porteira do curral.
Quando me soltava, eu cambaleava, zonzo.
Um dia, livre dos giros vertiginosos, saí aos tombos, esbarrei com um esteio e ganhei um calombo grosso na testa.
Datam desse tempo as minhas mais antigas recordações do ambiente onde me desenvolvi como um pequeno animal.
Até então algumas pessoas, ou fragmentos de pessoas, tinham-se manifestado, mas para bem dizer viviam fora do espaço.
Começaram pouco a pouco a localizar-se, o que me
transtornou.
Apareceram lugares imprecisos, e entre eles não havia continuidade.
Pontos nebulosos , ilhas esboçando-se no universo vazio.
A cabeçada valente que dei, solto das garras de José Baía, firmou o copiar , sustentado por colunas robustas, de aroeira ou sucupira .
Ali perto era a sala, de janelas sempre fechadas, armas de fogo e instrumentos agrícolas pelos cantos, arreios suspensos em ganchos, teias de aranha, a rede segura em armadores de pau,
grosseiros caixões verdes, depósitos de cereais, se não me engano.
No corredor desembocavam camarinhas cheias de treva e a sala de jantar.
A cozinha desapareceu , mas o quintal subsiste, duro e nu, sem flores, sem verdura, tendo por único adorno, ao fundo, junto a montes de lixo, um pé-de-turco , ótimo para a gente se esconder nas
perseguições.
Desse lado o pé-de-turco marcava o limite do mundo.
Do outro lado a terra se estendia por longas distâncias.
A casa, de material rijo, estava completa por dentro.
Mas exteriormente havia nela singularidades.
O oitão esquerdo era de altura incrível; à direita faltava oitão, não sei como o telhado podia equilibrar-se.
Talvez currais e chiqueiros, construídos na vizinhança, ocultassem um dos muros.
Chiqueiros e currais esvaíram-se.
Durante um redemoinho brabo notei esquisitices.
Nuvens de poeira enrolaram-se
em briga feia, escureceu, um rumor diferente dos outros rumores cresceu, espalhou-se, e no meio da terrível desordem um couro de boi espichado quebrou o relho que o amarrava a um galho e voou no turbilhão.
Uma senhora magra, minha indistinta mãe , tentou com desespero fechar uma porta balançada pela
ventania.
Folhas e garranchos entraram na sala, um bicho zangado soprou ou
assobiou, a mulher agitou-se pendurada na chave.
Findo o despropósito , vi a
pessoinha com a mão envolta em panos.
Um dedo inchou demais, e foi
necessário que lhe cortassem o anel com lima.
Em seguida perdi a
moça de vista. E a letargia continuou.
O pátio, que se desdobrava diante do copiar, era imenso, julgo que não me
atreveria a percorrê-lo.
O fim dele tocava o céu.
Um dia, entretanto, achei-me além do pátio, além do céu.
Como cheguei ali não sei.
Homens cavavam o chão,
um buraco se abria, medonho, precipício que me encolhia apavorado entre montanhas erguidas
nas bordas.
Para que estariam fazendo aquela toca profunda?
Para que estariam construindo aqueles montes que um pó envolvia como fumaça?
Retraí-me na admiração que me causava o extraordinário formigueiro.
As formigas suavam , as camisas brancas tingiam-se, enegreciam,
ferramentas cravavam-se na terra, outras jogavam para cima o nevoeiro que formava os morros.
Nova solução de continuidade.
As sombras me envolveram, quase
impenetráveis, cortadas por vagos clarões: os brincos e a
cara morena de Sinha Leopoldina, o gibão de Amaro Vaqueiro, os dentes alvos de José Baía, um vulto
de menina bonita, minha irmã natural, vozes ásperas , berros de animais ligando-se à fala humana.
O moleque José ainda não se tinha revelado.
Meu pai e minha mãe conservavam-se grandes, temerosos,
incógnitos.
Revejo pedaços deles, rugas, olhos raivosos, bocas irritadas e sem lábios, mãos grossas e calosas, finas e leves, transparentes .
Ouço pancadas, tiros, pragas, tilintar de esporas, batecum de sapatões no tijolo gasto.
Retalhos e sons dispersavam-se.
Medo. Foi o medo que me orientou nos primeiros anos,
pavor.
Depois as mãos finas se afastaram das grossas, lentamente se delinearam dois seres que me impuseram obediência e respeito.
Habituei-me a essas mãos, cheguei a gostar delas.
Nunca as finas me trataram bem, mas às vezes molhavam-se de
lágrimas - e os meus receios esmoreciam.
As grossas, muito rudes, abrandavam em certos momentos.
O vozeirão que as comandava perdia a aspereza, um riso cavernoso estrondava - e os perigos ocultos em todos os recantos fugiam, deixavam em sossego os viventes miúdos: alguns cachorros, um casal de moleques, duas meninas e eu.
De repente surgiu a terceira irmã, insignificância, nos braços de Sinha
Leopoldina.
Não fiz caso disso.
O que então me pasmou foi o açude , maravilha, água
infinita onde patos e marrecos nadavam.
Surpreenderam-me essas criaturas capazes de viver no líquido.
O mundo era complicado.
O maior volume de água conhecido antes continha-se no bojo de um pote - e aquele enorme vaso metido no chão, coberto de folhas verdes, flores, aves que mergulhavam de cabeça para baixo, desarranjava-me a ciência .
Com dificuldade, estabeleci relação entre o fenômeno singular e a cova fumacenta.
Esta, porém, fora aberta numa região
distante, e o açude se estirava defronte da casa.
Estava ali, mas tinha caprichos, mudava de lugar, não se aquietava, era uma coisa vagabunda.
A vazante das abóboras, por exemplo, ficava longe.
Sozinho, não me seria possível atingi-la.
Dez ou vinte aboboreiras na terra de aluvião.
Amaro havia dito que uma bastava.
Se o inverno viesse, aquele despotismo seria estrago; chegando a seca, não se colheria um fruto, ainda que enterrassem na lama todas as sementes.
Meu pai desprezou o conselho do caboclo — e o resultado foi uma
praga de abóboras.
A princípio uns cordõezinhos se torceram na vaza, enfeitaram-se de botões amarelos, de pequenas cabaças .
Um homem carrancudo examinava-as, marchando vagaroso.
Era um meu tio, hóspede, convidado para ser padrinho da insignificância que berrava nos
cueiros.
Ofereceu-me uma caixa de fogos de artifícios, desapareceu — e no ponto onde o conheci as vergônteas floridas engrossaram, tornaram-se cordas robustas, peludas.
E as abóboras cresceram, tantas que a gente andava na roça pisando em cima delas.
Juntavam-se, enganchavam-se duas, três, num bloco, figuravam bela
calçada movediça.
Os caçuás enchiam-se.
Acomodava-me numa carga e lá nos íamos sacolejando, eu e o animal, em caminhos esburacados.
Abarrotaram-se os caixões da sala, fizeram-se tulhas no alpendre, nos quartos.
E a produção levantava-se, espalhava-se, desvalorizada.
Escancararam-se afinal as porteiras, houve licença para que toda a gente se abastecesse.
Franqueza vã: saciada a população escassa , empanzinada a meia dúzia de porcos da fazenda , a safra inútil apodreceu no campo.
Nesse tempo meu pai e minha mãe estavam caracterizados: um homem sério, de testa larga, uma das mais belas testas que já vi,
dentes fortes, queixo rijo , fala tremenda; uma senhora enfezada , agressiva, ranzinza, sempre a mexer-se, bossas na cabeça mal protegida por um cabelinho ralo, boca má , olhos maus que em momentos de cólera se inflamavam com um brilho de loucura.
Esses dois entes difíceis ajustavam-se.
Na harmonia conjugal a voz dele perdia a violência, tomava inflexões estranhas, balbuciava carícias decentes .
Ela se amaciava, arredondava as arestas , afrouxava os dedos que nos batiam no cocuruto, dobrados, e tinham dureza
de martelos.
Qualquer futilidade, porém, ranger de dobradiça ou choro de criança, lhe restituía o azedume e a inquietação.
Zangava-se ouvindo alguém afastar-se da sua prosódia curiosa.
Suponho que nunca houve outra igual.
A sintaxe e o vocabulário também diferiam bastante do
que usamos comumente.
Nessa linguagem capenga , D. Maria matracava um longo romance de quatro volumes, lido com apuro, relido, pulverizado, e contos
que me pareciam absurdos.
De um deles ressurgem vagas expressões: tributo, papa-rato , maluquices que vêm, fogem, tornam a voltar.
Tento arredá-las, pensar no açude, nos mergulhões, nas cantigas de José Baía, mas os disparates me
perseguem.
Lentamente adquirem sentido e uma historieta se esboça:
Acorde, seu papa. ...
Papa quê? Julgo a princípio que se trata de papa-figo, vejo que me engano,
lembro-me de papa-rato e finalmente de papa-hóstia .
- É papa-hóstia, sem dúvida:
Acorde, seu Papa-hóstia,
Nos braços de...
Nova pausa.
Três ou quatro sílabas manhosas dissimulam-se obstinadas.
Despontam algumas, que experimento e abandono, imprestáveis.
Enquanto procuro desviar as idéias, a impertinência se insinua no meu espírito, arrasta-me para a sala escura, cheia de abóboras.
Subitamente as fugitivas aparecem e com elas o início da
narrativa:
- Acorde, seu Papa-hóstia,
Nos braços de Folgazona.
Aí temos uma alteração:
Levante, seu Papa-hóstia,
Dos braços de Folgazona.
Outra emenda.
O hábito de corrigir a língua falada instiga-me a consertar o
primeiro verso:
Levante-se, Papa-hóstia.
Vacilo um minuto, buscando cá por dentro a forma exata da composição.
Persuado-me enfim de que minha mãe dizia:
Levante, seu Papa-hóstia.
E repete-se a aventura seguinte, que D. Maria recitava embalando-se na rede ,
perto dos caixões verdes.
Um menino pobre foi recebido caridosamente em casa
de certo Vigário amancebado .
Temendo ver na rua os seus podres, o Reverendo ensinou ao pequeno uma gíria extravagante que baldaria qualquer indiscrição
possível.
Afirmou que se chamava Papa-hóstia e à amante deu o nome de
Folgazona; gato era papa-rato, fogo era tributo.
Esqueci o resto, e não consigo
adivinhar por que razão tributo serviu para designar fogo.
Seguros de que o rapaz não os denunciaria, o padre e a rapariga começaram a maltratá-lo.
Não se mencionou o gênero dos maus tratos, mas calculei que deviam
assemelhar-se aos que meus pais me infligiam: bolos , chicotadas, cocorotes , puxões de orelhas.
Acostumaram-me a isto muito cedo -
e em conseqüência admirei o menino pobre, que, depois de numerosos padecimentos, realizou feito
notável: prendeu no rabo de um gato um pano embebido em querosene, acendeu-o, escapuliu-se
gritando:
Levante, seu Papa-hóstia,
Dos braços de Folgazona.
Venha ver o papa-rato
Com um tributo no rabo.
Falta meia dúzia de linhas, não chego a reconstituí-las.
Sei que, tendo-se queimado roupas e móveis, a história finda assim, furiosamente:
Acuda com todos os diabos.
Esta obra de arte popular até hoje se conservou inédita, creio eu.
Foi uma dificuldade lembrar-me dela, porque a façanha do garoto me envergonhava talvez e precisei extingui-la.
Ouvindo a modesta epopéia, com certeza desejei exibir energia e ferocidade.
Infelizmente não tenho jeito para violência.
Encolhido e silencioso, agüentando cascudos, limitei-me a aprovar a coragem do menino
vingativo.
Mais tarde, entrando na vida, continuei a venerar a decisão e o heroísmo, quando isto se grava no papel e os gatos se transformam em paparatos.
De perto, os indivíduos capazes de amarrar fachos nos rabos dos gatos nunca me causaram admiração.
Realmente são espantosos, mas é necessário vê-los a distância, modificados.
Translation - Italian Capitolo I - Nubi
La prima cosa che custodii nella memoria, fu un vaso di ceramica smaltata, ricolmo di pitombas, nascosto dietro una porta.
Non so dove lo vidi, quando lo vidi, e lo riterrei un sogno se una parte del ricordo non sfociasse in uno più recente.
Forse non ricordo bene neanche il vaso: è probabile che l'immagine, luminosa e tenue, sia ancora viva poiché ne
parlai con qualcuno che me la
confermò.
In questo modo, non conservo il ricordo di un arredo strano, ma la sua riproduzione, corroborata da
individui che le diedero forma e
contenuto.
Ad ogni modo, la visione deve essere stata reale.
A quel tempo mi inculcarono il concetto di pitomba - e le pitomba mi
servivano per dare un nome a qualunque oggetto sferico.
In seguito mi spiegarono che
generalizzare era un errore, e ciò mi
turbò.
Ci fu una seconda apertura tra le
nubi dense che mi avvolgevano:
percepii molte facce, parole insensate.
Che età avrò avuto? Secondo i calcoli di mia madre, fra i due e i tre anni.
Il ricordo di un momento o di attimi distanti nel tempo non mi fa supporre che io avessi una buona testa.
Assolutamente.
Per quanto possa immaginare, era abbastanza nella norma.
Credo che in seguito divenne una mente pessima.
Ma ricordo perfettamente quel momento, quegli attimi precisi.
Mi trovavo in un'ampia sala, con le pareti sudice.
Non era certamente così ampia, come avevo pensato: ne visitai altre simili, abbastanza misere.
Nonostante ciò, mi sembrava enorme.
Davanti si estendeva un cortile, anch'esso enorme, e alla fine di esso crescevano alberi enormi, ricolmi di pitombas.
Qualcuno sostituì le pitombas con le arance.
Non mi piacque questo cambiamento: le arance, già conosciute probabilmente, non comunicavano nulla.
La sala era piena di gente.
Un vecchio con la barba lunga preponderava seduto ad un tavolo nero, e diversi bambini, seduti su sgabelli senza schienale, reggevano fogli di carta e, sgolandosi, dicevano:
- Una b con una a - b, a: ba;
- Una b con una e - b, e: be.
E così via, fino alla u.
Nelle scuole primarie di campagna sentii ripetere la sillabazione in modi
differenti.
Ma mai in quella maniera, e la cantilena, le lettere, le pitombas, mi convincono che la sala, gli alberi che divennero aranci esistessero, così come gli sgabelli, il tavolo, il professore e gli alunni.
Tutto è ben nitido, molto più nitido del vaso.
In piedi, vicino all'uomo barbuto, una ragazza grande, che assunse poi i lineamenti della mia sorellastra, aveva tra le mani un libricino e diceva mormorando:
- A, B, C, D, E.
All'improvviso mi sentii distante, in un posto remoto della casa, ma non so in che modo mi ci portarono, chi mi ci portò.
Due o tre figure scesero nell'orto, in terra rossa umida, qualcuno
scivolò, aprendo un solco profondo nel suolo.
Ordinarono anche a me di scendere.
Mi opposi: il gradino che mi separava dal terreno era troppo alto per le mie gambe.
Mi trascinarono - e mi addormentai, non tornai a calpestare l'argilla rossa.
Mi svegliai in una specie di cucina, sotto un tetto basso, fatto di paglia, tra uomini che indossavano camicie bianche.
Uno di loro chiese come si doveva arrostire il baccalà e l'altro rispose:
- Si fa un grajau di legna.
Grajau? Cosa poteva essere un grajau? Tornai ad immergermi nel sonno, un sonno profondo.
Mi dissero poi che la scuola ci era servita come appoggio durante un viaggio.
Avevamo lasciato la cittadina dove vivevamo, nello stato di Alagoas, e entrammo nel sertão del Pernambuco, io, mio padre, mia madre, le due sorelle.
Ma mio padre e mia madre, figure vicine e autoritarie, le due sorelle, una illegittima più grande di me, l'altra biologica, di due anni più giovane, erano macchie immobili.
Sicuramente c'erano pitombas e
un vaso di ceramica, alto e stretto, nascosto dietro un elemento mobile al quale l'esperienza diede il nome di porta.
Spuntarono improvvisamente la sala spaziosa, il vecchio, i bambini, la ragazza, gli sgabelli, il tavolo, gli alberi, gli individui con le camicie bianche.
E spuntarono anche suoni strani: lettere, sillabe, parole misteriose.
Poi più nulla.
E l'ibernazione proseguì, uno stato apatico che talvolta era turbato da sussulti che oggi sembrano strappi in un
tessuto scuro.
Passano attraverso questi squarci, figure indistinte: Amaro Vaqueiro, caboclo triste, avvolto in un farsetto lacerato; la
Sora Leopoldina, sua compagna, elegante in un cintz color sangue; donne che fumavano la pipa.
Più vivo di tutti, spicca un ragazzone distinto, di corporatura robusta, con occhi chiari, che sorrideva.
Indossava dei sandali, una camicia bianca di cotone ruvido, tipica del sertanejo povero del Nordest, sudicia,normalmente sbottonata, le estremità delle aperture laterali raccolte in due
nodi.
Si chiamava José Baía e divenne mio amico, tra chiasso, grida, versi con la bocca e grasse risate.
Seduto, si metteva a cavalcioni sopra di me e mi scuoteva, scalpitava, imitando il galoppo di un cavallo; in piedi, si aggrappava alle mie braccia, si metteva a volteggiare, cantando:
- Di sette mesi sono nato
Son cresciuto senza poppare
Il latte di cento mucche ho bevuto
Fuori la stalla senza entrare.
Quando mi liberava, barcollavo, intontito.
Un giorno, finiti i volteggi,
feci un capitombolo, colpii una trave
e mi feci un grosso bernoccolo in fronte.
Risalgono a quel periodo i miei ricordi più antichi dell'ambiente in cui crebbi proprio come un piccolo animale.
Fino ad allora si erano manifestate delle persone, o frammenti di persone,ma per meglio dire vivevano
fuori dallo spazio mentale.
Poco a poco, iniziarono a prendere posto nella mia mente, e ciò mi sconvolse.
Apparvero luoghi imprecisati, e fra loro non c'era continuità.
Punti nebulosi, isole che si delineavano nell'universo vuoto.
La forte testata che diedi, libero dalle grinfie di José Baía, fissò la pensilina, sorretta da robuste colonne, adornata di aroeira o sucupira.
Lì vicino c'era la sala, sempre con le finestre chiuse, armi
da fuoco e attrezzi agricoli negli angoli, bardature appese a degli uncini, ragnatele, l'amaca fissata su ganci di legno, delle casse verdi non rifinite, che contenevano cereali, se non mi sbaglio.
Affacciavano sul corridoio piccole camere piene di oscurità e la sala da pranzo.
La cucina è scomparsa, ma l'orto esiste ancora, nudo e crudo, senza fiori, senza piante, con un unico ornamento in fondo, accanto ai cumuli di spazzatura, un pé-de-turco, ottimo per nascondersi durante gli inseguimenti.
Da questa parte il pé-de-turco solcava il confine del mondo.
Dall'altra la terra si estendeva per distanze molto lunghe.
La casa, costruita con materiale resistente, era completa all'interno.
Fuori aveva invece delle particolarità.
Il lato sinistro era incredibilmente
alto; il lato destro invece mancava del tutto, non so come il tetto potesse stare in equilibrio.
Forse le stalle e i porcili, costruiti nelle vicinanze, nascondevano una delle mura.
I porcili e le stalle svanirono.
Durante una tromba d'aria molto potente notai delle stranezze.
Nuvole di polvere si aggrovigliavano in una lotta violenta, imbrunì, un rumore diverso dagli altri rumori emerse, si amplificò, e in mezzo a quel disordine terribile della pelle di vacca messa a essiccare spezzò lo staffile che lo legava ad un ramo e volò nel turbinio.
Una signora magra, una figura indistinta, forse mia madre, tentò disperatamente di chiudere una porta che sbatteva per il forte vento.
Rami e foglie entrarono nella sala,
una bestia rabbiosa sbuffò o emise un fischio, la donna si agitò aggrappata alla chiave.
Terminando quell'evento assurdo, vidi la personcina con la mano avvolta in alcuni stracci.
Un dito le si gonfiò molto, e fu necessario che l'anello le venisse tagliato via con una lima.
Persi poi di vista la ragazza. E lo stato di letargo proseguì.
Il cortile, che andava ben oltre la pensilina, era immenso, credo non mi sarei mai azzardato a percorrerlo tutto.
La sua estremità poteva toccare il cielo.
Un giorno, comunque, mi ritrovai oltre il cortile, oltre il cielo.
Non so come ci arrivai.
Degli uomini scavavano nel terreno,
si era aperta una voragine, faceva paura, un precipizio che mi spaventava tra i cumuli di terra che si ergevano ai lati.
Perché stavano facendo quel covile così profondo?
Perché stavano costruendo quegli ammassi avvolti da una cortina di polvere?
Mi nascosi nel mio stupore quando vidi il formicaio grandissimo.
Le formiche sudavano, le camicie bianche si sporcavano, diventando più scure, gli attrezzi si conficcavano nella terra, altri lanciati in alto nella coltre di polvere formata dai cumuli.
Nuova soluzione di continuità.
Le ombre mi avvolsero, erano quasi impenetrabili, se non per alcuni chiarori appena accennati: gli orecchini e la faccia bruna della Signora Leopoldina, il farsetto di Amaro Vaqueiro, i denti bianchi di José Baía, il volto di una bella ragazza, la mia sorellastra, suoni sgradevoli, versi di animali mischiati a voci umane.
José il discolo non si era ancora manifestato.
Mio padre e mia madre rimanevano grandi, temibili, senza un'identità precisa.
Rivedo alcuni loro frammenti evidenti, rughe, occhi rabbiosi, bocche irritate prive di labbra, mani grandi e callose, piccole e leggere.
Sento botte, colpi, imprecazioni, il tintinnare degli speroni, il suono degli zoccoli sul pavimento rovinato.
Suoni e frammenti si disperdevano.
La paura. È stata la paura che mi ha guidato nei primi anni di vita, vero e proprio terrore.
In seguito, le mani piccole si allontanarono dalle grandi, si delinearono lentamente due entità che mi incutevano un senso di obbedienza e rispetto.
Col tempo mi abituai a quelle mani, finirono per piacermi.
Quelle piccole non mi trattarono mai dolcemente, anzi a volte si bagnavano di lacrime - e i miei timori si affievolivano.
Quelle grandi, molto ruvide, si addolcivano in alcuni momenti.
La voce possente che le comandava perdeva severità, scoppiava in una risata cavernosa - e i rischi nascosti dietro ogni angolo svanivano, lasciando in pace i piccoli che vivevano lì: dei cagnolini, una coppia di ragazzini, due ragazze e io.
Improvvisamente spuntò la terza sorella, cosa insignificante, tra le braccia della Signora Leopoldina.
Ma non ci feci caso.
Allora, ciò che mi stupì fu la chiusa, ricordo meraviglioso, dove in un'infinità d'acqua nuotavano anatre e alzavole.
Mi affascinarono queste creature capaci di vivere in un liquido.
Il mondo era complicato.
La quantità d'acqua più voluminosa che avevo visto era nella pancia di un otre - e quel vaso enorme messo per terra, coperto di foglie verdi, fiori, uccelli che vi immergevano la testa, mi sconvolgeva ciò che pensavo di sapere.
A stento, riuscii a stabilire la relazione tra quel fenomeno singolare e la fossa polverosa.
Questa, però, era stata scavata in una zona distante, e la chiusa si estendeva fino a davanti la casa.
Stava lì, ma faceva i capricci, cambiava di posto, non si calmava, era un oggetto errante.
Il campo ricolmo d'acqua dove crescevano le zucche, ad esempio, era distante.
Da solo, non lo avrei potuto raggiungere.
C'erano dieci o venti cucurbite in quel terreno alluvionato.
Amaro aveva detto che anche una sarebbe stata sufficiente.
Se fosse arrivato l'inverno, quella distesa sarebbe andata sprecata; arrivando la secca non si sarebbe colto un frutto, anche se avessero piantato nel fango tutte le sementi.
Mio padre respinse il consiglio del caboclo - e il risultato fu un'invasione di zucche.
All'inizio dei piccoli fili si piegavano nel ricamo, abbelliti da boccioli gialli, erano piccoli fiori delle
zucche da vino.
Un uomo burbero le esaminava, camminando lentamente.
Era uno dei miei zii, che lì era ospite, invitato per fare da padrino a quell'essere insignificante in fasce che strillava.
Mi regalò una scatola di fuochi d'artificio, poi sparì - e nel posto dove lo conobbi crebbero molti germogli di fiori, che divennero poi sterpaglia.
E le zucche crebbero così tanto che la gente camminava nella piantagione calpestandole.
Si univano, si agganciavano, due, tre, in un unico fascio, erano un bel sentiero movibile.
I cesti di vimini si riempivano.
Mi accomodavo in uno di questi cesti e andavamo barcollando, io e l'animale, in sentieri scoscesi.
Si spostarono le grandi casse della sala, si crearono punti di raccolta per il grano nel portico, nelle stanze.
La produzione aumentava, sparsa ovunque, e si svalutava.
Vennero infine spalancati i cancelli, c'era il permesso per rifornire tutti quanti.
Una generosità inutile: una volta saziate quelle poche persone, dopo aver fatto ingozzare la mezza dozzina di maiali della fazenda, l'inutile raccolto marcì nel campo.
In questo periodo, mio padre e mia madre erano figure ben distinte: un uomo dall'aspetto serio, con la fronte larga, una delle più belle che abbia mai visto, denti sani, un mento pronunciato, un modo di parlare che incuteva timore; una donna sempre corrucciata, aggressiva, di cattivo umore, che si agitava sempre, delle protuberanze sulla testa, coperta a malapena da capelli fini, una bocca malvagia, degli occhi malvagi che nei momenti di collera si accendevano con una scintilla di pazzia.
Questi due esseri malvagi si completavano.
Nella cornice coniugale la voce di lui perdeva aggressività, assumeva delle strane inflessioni, barbugliava delle carinerie adatte alla situazione.
Lei si addolciva, placava la sua rabbia, allargava le
dita con cui ci dava le botte in testa, piegate, dure come
un martello.
Qualunque piccolezza, però, il cigolio dei cardini o il pianto di un bambino, le ridava il malumore e l'inquietudine.
Si irritava se sentiva qualcuno che non parlava in maniera singolare come lei.
Credo fosse davvero unica.
La costruzione e il lessico usati differivano rispetto a quelle che usiamo solitamente.
In questa lingua incerta, la signora Maria si incaponì in un romanzo molto lungo, in quattro volumi, letto attentamente, riletto, quasi consumato, e in racconti che a mio parere erano assurdi.
Sorgono ricordi delle espressioni di uno di questi: tributo, pappa-ratto, momenti di pazzia che vengono, vanno e poi tornano.
Cerco di rimuoverle, di pensare alla chiusa, alla cantilena di José Baía, ma quelle sciocchezze continuano a infastidirmi.
Ma lentamente acquisiscono un senso e una storiella inizia a delinearsi:
Si svegli, signor pappa ...
Papa e poi? All'inizio ho pensato si trattasse di pappa-fico , scopro di sbagliarmi, mi ricordo di pappa-ratto e finalmente di pappa-ostia.
È pappa-ostia, senza dubbio:
Si svegli, signor Pappa-ostia,
Tra le braccia di...
Di nuovo una pausa.
Tre o quattro sillabe subdole si nascondono in maniera ostinata.
Ne spunta qualcuna, che provo ad inserire ma poi lascio perdere, non essendomi utile.
Mentre cerco di sviare le idee, l'insolenza si insinua nel mio spirito, trascinandomi
nella sala scura, piena di zucche.
Improvvisamente riesco a scovare le fuggitive, ricordando l'inizio della storia:
Si svegli, signor Pappa-ostia,
Tra le braccia di Folgazona.
O poteva essere:
Si alzi, signor Pappa-ostia,
Dalle braccia di Folgazona.
Un'altra correzione.
L'abitudine di correggere la lingua parlata mi spinge a comporre così il primo verso:
Si alzi, Pappa-ostia.
Sono incerto per un momento, cercando dentro me stesso la forma esatta.
Alla fine mi convinco che ciò che mia madre diceva era:
Si alzi, signor Pappa-ostia.
E si ripete l'evento successivo, che la signora Maria recitava dondolandosi su un'amaca, vicino a dei bauli verdi.
Un ragazzo povero era stato accolto in casa in modo caritatevole da un certo Vicario che viveva in concubinato.
Temendo che i suoi vizi potessero esser scoperti, il Reverendo insegnò al bambino dei soprannomi stravaganti che avrebbero sventato qualunque diceria possibile.
Affermò di chiamarsi Papa-hóstia, diede invece all'amante il nome di Folgazona; il gatto era papa-rato, il fuoco era tributo.
Il resto lo dimenticai, e non ho idea del motivo per cui la parola tributo servisse a rappresentare il fuoco.
Certi che il ragazzo non li avrebbe traditi, il prete e la ragazza iniziarono a maltrattarlo.
Non veniva menzionato ciò che facevano al ragazzo, ma credo che doveva essere simile a ciò che i miei genitori mi facevano: ceffoni, cinghiate, nocchini, tirate di orecchie.
Mi abituai a tutto questo molto presto - e quindi mi immedesimavo nel ragazzo povero che, dopo diverse
sofferenze, fece un'azione degna di nota: legò alla coda di un gatto un panno imbevuto di cherosene, gli diede fuoco, mentre scappava gridando:
Si alzi, signor Pappa-ostia,
Dalle braccia di Folgazona.
Venga a vedere il pappa-ratto
Con il tributo sulla coda.
Manca una mezza dozzina di versi, non riesco a ricostruirli.
So che, essendosi bruciati vestiti e mobili, la storia finiva così,
in maniera violenta:
Va' ad accudire tutti i diavoli.
Credo che questa opera di arte popolare sia rimasta inedita fino ad oggi.
È stato molto difficile per me ricordarla, perché il gesto eroico del ragazzo forse mi imbarazzava e dovetti
rimuoverlo.
Sentendo la storia di questa piccola epopea, desiderai far vedere la mia forza e la mia ferocia.
Purtroppo però, non sono incline alla violenza.
Intimidito e silenzioso, sopportando le botte, mi limitai a ritenere giusto il gesto coraggioso del ragazzo vendicativo.
Più avanti nella vita, continuai ad ammirare l'intrepidezza e l'eroismo, quando si tratta di inciderlo sul foglio e i gatti si trasformano in paparatos.
Da vicino, non ho mai nutrito ammirazione per gli individui che sono capaci di dar fuoco alla coda di un gatto.
In realtà sono ammirevoli, ma è necessario vederli a debita distanza, sotto una luce diversa.
English to Italian: Un passaggio di confine General field: Art/Literary Detailed field: Poetry & Literature
Source text - English Egypt: The Background
It was as if there were to life itself a quality of music in that time, the era of my childhood, and in that place, the remote edge of Cairo. There the city petered out into a scattering of villas leading into tranquil country fields. On the other side of our house was the profound, unsurpassable quiet of the desert.
There was, to begin with, always the sound—sometimes no more than a mere breath — of the wind in the trees, each variety of tree having its own music, its own way of conversing. I knew them all like friends (when we left in the summers for Alexandria I would, the last day, make the round of the garden saying goodbye to the trees), although none more intimately than the two trees on either side of the corner bedroom I shared with Nanny. On one side was the silky, barely perceptible breath of the mimosa, which, when the wind grew strong, would scratch lightly with its thorns at the shutters of the window facing the front of the house, looking out onto the garden. On the other side was the dry, faintly rattling shuffle of the long-leaved eucalyptus that stood by the window facing the street. On hot nights the street lamp cast the shadows of the slender twirling eucalyptus leaves onto my bedroom wall, my own secret cinema. I would fall asleep watching those dancing shadows, imagining to myself that I saw a house in them and people going about their lives. They would appear at the door or windows of their shadow house and talk and come out and do things on the balcony. I would go to bed looking forward to finding out what had happened next in their lives.
Translation - Italian Egitto: il contesto
Era come se nella vita stessa ci fosse una qualità di musica in quel tempo, l'epoca della mia infanzia, e in quel luogo, l'angolo remoto de Il Cairo. Lì la città terminava in una manciata di ville che conducevano a placidi prati di campagna. Dall'altra parte della nostra casa c'era la profonda e insuperabile tranquillità del deserto.
Per cominciare, c'era sempre il suono - a volte non più di un semplice soffio - della brezza fra gli alberi, ogni specie di albero aveva il suo suono, il suo modo di comunicare. Li conoscevo tutti come fossero amici (quando d'estate partivamo per Alessandria d'Egitto, l'ultimo giorno facevo il giro del giardino salutando gli alberi), sebbene nessuno più intimo dei due alberi ai lati della camera da letto ad angolo che condividevo con Nonna. Da una parte c'era l'odore delicato e vagamente percepibile della mimosa che, quando il vento aumentava, sfregava in modo lieve con le sue spine contro le persiane della finestra che fronteggiava il davanti della casa e che affacciava sul giardino. Dall'altra parte c'era il monotono e flebile movimento dell'eucalipto dalle lunghe foglie che si trovava vicino alla finestra sulla strada. Nelle notti calde il lampione in strada proiettava sulla parete della mia camera da letto la sagoma ondeggiante del sottile eucalipto, il mio cinema privato. Mi addormentavo guardando quelle ombre danzanti, immaginando che in loro avessi visto una casa e persone che conducevano le loro vite. Apparivano alla porta o alle finestre della loro casa fatta di ombre, parlando, uscendo e facendo qualche cosa sul balcone. Andavo a letto aspettando di scoprire cosa sarebbe successo poi nelle loro vite.
English to Italian: Rabbia: saggezza per smorzare la fiamma General field: Social Sciences Detailed field: Sports / Fitness / Recreation
Source text - English To be happy, to me, is to suffer less. If we were not capable of transforming the pain within ourselves, happiness would not be possible.
Many people look for happiness outside themselves, but true happiness must come from inside of us. Our culture tells us that happiness comes from having a lot of money, a lot of power and a high position in society. But if you observe carefully, you will see that many rich and famous people are not happy. Many of them commit suicide.
The Buddha and the monks and nuns of his time did not own anything except their three robes and one bowl. But they were very happy, because they had something extremely precious – freedom.
According to the Buddha’s teachings, the most basic condition for happiness is freedom. Here we do not mean political freedom, but freedom from the mental formations of anger, despair, jealousy and delusion. These mental formations are described by the Buddha as poisons. As long as these poisons are still in our heart, happiness can not be possible.
In order to be free from anger, we have to practice, whether we are Christian, Muslim, Buddhist, Hindu or Jewish. We cannot ask the Buddha, Jesus, God or Mohammed to take anger out of our hearts for us. There are concrete instructions on how to transform the craving, anger and confusion within us. If we follow these instructions and learn to take good care of our suffering, we can help others do the same.
When you are angry, you suffer as though you are being burned by the fires of hell. When you fell great despair or jealousy, you are in hell. You have to go to a friend who practices, and ask how to practice in order to transform the anger, the despair in you.
Translation - Italian A mio avviso, esser felici significa soffrire di meno. La felicità non sarebbe possibile se non riuscissimo a trasformare il dolore dentro di noi.
Molti cercano la felicità all'esterno, ma la vera felicità deve arrivare da dentro. La nostra cultura afferma che si è felici se si ha molto denaro, molto potere e un'alta posizione sociale. Ma osservando più attentamente, si vedrà che molte persone ricche e famose non sono felici. Molte di loro si suicidano.
Buddha e i monaci e le monache del suo tempo non possedevano nulla al di fuori dei loro tre abiti e una ciotola. Ma erano veramente felici, poiché possedevano qualcosa di estremamente prezioso: la libertà.
Secondo gli insegnamenti di Buddha, la libertà è la condizione essenziale per la felicità. Non si parla di libertà politica, ma la libertà dalle formazioni mentali di rabbia, disperazione, gelosia e illusione. Buddha le definisce veleni.
Fino a quando questi veleni sono nel nostro cuore, la felicità non è possibile.
Per essere liberi dalla rabbia dobbiamo praticare, cristiani, musulmani, buddisti, hindu o ebrei: nessuno escluso. Non possiamo chiedere a Buddha, Gesù, Dio o Maometto di eliminare la rabbia dai nostri cuori per nostro conto. Esistono delle istruzioni precise per trasformare il desiderio, la rabbia e la confusione dentro di noi. Se le seguiamo e impariamo a prenderci cura della nostra sofferenza, possiamo aiutare gli altri a fare lo stesso.
Quando si è arrabbiati, si soffre come se si attraversassero le fiamme dell'inferno. Quando si prova grande disperazione o gelosia, si vive in un inferno. Si deve andare da un amico che pratica e chiedergli come praticare per trasformare la rabbia, la disperazione che si ha dentro.
More
Less
Translation education
Master's degree - "La Sapienza" University of Rome
Experience
Years of translation experience: 1. Registered at ProZ.com: May 2017.
I perform translations from english and portuguese to italian, from italian to english. I also perform proofreading of english, portuguese and italian texts.
I have a master's degree in Translation Sciences, gained at "La Sapienza" University of Rome and a Bachelor's Degree, gained at "Roma Tre" University.
I work for private clients; I collaborate with an agency, called "Italia Traduzioni", with the online magazine Cafébabel and I translate subtitles for TED conferences.
My fields of expertise are: tourism, music, art, culture, journalism, literature and sports.